segunda-feira, 30 de maio de 2005

| inspiração |

. essa vida "base de hierarquia escravocrata" anda acabando com meu tempo para filosofar o infilosofável e o previsível .
. um feriado chuvoso e muitos dvd's alugados .
. o zen se fazendo presente .
. nem a tempestade de raios inspirou .
. afinal... a TPM já tinha passado .

sexta-feira, 27 de maio de 2005

Este documento não contém nenhuma informação.
Este dia não inclui nenhuma função.
Esta cabeça não possui nenhuma inspiração.

sexta-feira, 20 de maio de 2005

| fórum |

Pelos poderes a mim concedidos pelas leis da biologia, fenomenologia, estratégia de marketing e logística ayurvêdica, de acordo com o artigo 24 da lei de exibição de imagem escravocrata virtual da internet e com a declaração dos direitos da pré-TPM adquirida: declaro para fins de salubridade nacional e internacional a minha insuportabilidade geral irrestrita e conseqüente obrigação de conceder férias não-remuneradas aos que compartilham desta ilustre, mas mal compreendida companhia indesejável. É com imensa tristeza e embargo na voz que baseada na lei de propriedade mórbida autoral, concluo a não relevância para o caso de férias à autora deste artigo, sendo esta é a presidente da casa, mas planejando a futura emenda que retificará esta em favor da convivência harmônica de ambas.

terça-feira, 17 de maio de 2005

| to be continued |


O ar de espontaneidade dela não tira a importância do ato: eles estão dando um passo real. Ele finge que não concorda e não propôs uma comemoração e pra ela qualquer coisa é motivo para comemorar, “até porque eles não vão ter nada muito ortodoxo mesmo!”
Nem um pouco ortodoxo: vão ter um ministro pederasta tocador de bateria, padrinhos ensandecidos por Heineken falando dos últimos lançamentos de jogos online, convidados desenhando caricaturas em guardanapos de papel, outros discutindo a qualidade do acabamento da varanda (com as vistas já comprometidas pelo teor alcoólico no sangue), comidinhas vegê ao lado de calabresas apimentadas, primas que se beijam na boca pra distribuir batón, gente fingindo que está fantasiado, outros impossíveis de serem reconhecidos e bipolares em dia de ótimo humor. Gente falando de filosofia, as feiticeiras do sabah comentando como ela consegue ter várias profissões, gente falando mal de novela, discurso sobre as últimas aprontadas dos caras engraçados do estúdio e falando como eles dois são legais juntos, mesmo ainda lembrando daquela antiga namorada dele que tinha a voz bonita e do namorado com quem ela gastou a adolescência, mas que não merecia nem um olá.
Ela talvez vá continuar perguntando coisas e ele talvez continue não querendo responder. Ele provavelmente vai continuar reservado e ela eventualmente estará acostumada com isso. Ela cada vez mais vai querer achar as respostas pra tudo e ele vai ter sempre a simplicidade ao seu lado. Às vezes eles terão respostas. Ela quer ter um apelido novo a cada semana. Ele quer não se esquecer da mega-sena acumulada. Eles querem continuar gargalhando, continuar em silêncio, continuar nadando, lembrando e esquecendo, continuar tocando e cantando. Guardando o outro a cada respiro, cuidando a cada desvio. Dialogando com o caos e fazendo dele um parceiro. Mudando pra continuar, continuando pra mudar. Implicando porque são irmãos, conversando porque são amigos, acusando porque são família, apoiando porque companheiros, acariciando porque são amados, atiçando porque desejados... e acrescentando frases a essa história todos os dias...

terça-feira, 10 de maio de 2005

Sim, é lugar comum falar das diversidades encontradas aqui nas nossas áreas tupiniquins, mas isso me diverte muito. Não, não me diverte divagar sobre as diversidades, me diverte vê-las! Hoje eu e minha mãe precisávamos comprar um trilho para a cortina do meu quarto, que ainda não existe, mas já precisa que se gaste com ela. Então nos dirigimos a uma das grandes lojas de material de construção da Avenida Leitão da Silva (famosa por ter tudo que se precisa neste ramo), mas lá eles não cortavam do tamanho que precisávamos. “Vai do outro lado da rua, lá vocês conseguem”, disse o rapaz uniformizado, de banho tomado na loja com ar condicionado. E pra lá fomos. Uma loja mais simples bem em frente à outra, com rapazes também uniformizados, mas sem ar-condicionado, só que nessa não tinha o trilho que precisávamos. “Aqui do lado você vai encontrar” disse o rapaz com o cabelo raspado e uma faixa raspada mais funda como se tivesse penteado o cabelo de lado. Então dobramos a esquina e alguma coisa me dizia que aquilo ia ser divertido. Encontramos uma pequena loja com duas pequenas portas. Mas ela não era divertida porque ela tinha duas pequenas portas (obviamente. Ou não?), mas pela quantidade de coisa que se comercializava ali. Logo que entramos um moço passa (quase pula) na nossa frente para ser atendido pelo rapaz meio sujo e com o meio dos dentes da frente estragados, esse moço tinha um odor ruim (como é que se escreve cecê?) e logo depois que ele tirou todas as dúvidas sobre o xadrez e a massa e saiu sem comprar nem anotar nada, o rapaz perguntou do que precisávamos. Enquanto ele ia buscar nosso simples, mas difícil, trilho duplo para cortina, lá nos fundos, eu abri bem os olhos e deixei aquele lugar entrar na minha memória, porque era incrivelmente incomum e ao mesmo tempo incrivelmente possível! Na bancada de borracha comida nas laterais ficavam calculadoras, papéis, trenas e uma balança de frutas (!). Isso, na loja de materiais de construção eram vendidas laranjas e melancias, que estavam no chão logo ao lado do vaso sanitário avulso; as dúzias de ovos ficavam encostadas no vidro que protegia os pregos e sobre um tubo enorme de PVC para esgoto; as bananas perto dos puxadores; as maçãs embaixo dos banquinhos que serviam de pés para um armário fechado que era base para os pilões, travessas, colheres e outras coisas de madeira; e penduradas na parede em cima das propagandas de tintas e chuveiros, várias cores e variedades de pipas. Ainda consegui descobrir banquinhos de madeira por um precinho legal pra minha futura casa! Ajudei o menino dos dentes ruins a serrar o trilho (porque o cliente pode ter ou não razão e pode ajudar no serviço, se ele for legal, que é o meu caso). Pagamos por dois metros tendo comprado um e setenta e cinco, já que aqueles outros vinte e cinco centímetros não iam servir de nada pra ele, apesar de isso não ter sido avisado antes (sabe como é: o cliente é esperto!). Esperamos o troco enquanto contávamos quantos modelos de gaiolas se penduravam sobre nossas cabeças e comíamos uma banana (cortesia da casa). Mas minha mãe não levou ovos, porque o preço não estava nada bom!

sexta-feira, 6 de maio de 2005

| chocalho's day |


Comigo
(Zeca Baleiro)

.
você vai comigo aonde eu for
você vai bem se vem comigo
serei teu amigo e teu bem
fica bem mais fica só comigo
quando o sol se vai a lua amarela
fica colada no céu cheio de estrela
se essa lua fosse minha
ninguém chegava perto dela
a não ser eu e você

ah, eu pagava pra ver
nós dois no cavalo de ogum

nós juntos parecendo um
na lua na rua na nasa em casa
brasa da boca de um dragão
na lua na rua na nasa em casa
brasa da boca de um dragão

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http://cartasnamesa.blogspot.com
http://dascoisasqueficam.blogspot.com
www.fotolog.net/meninapreta
www.fotolog.net/mrmaumau

terça-feira, 3 de maio de 2005

| apnéia |

um dia acaba o ar
de tanto que o ar me falta
e eu
a de sempre
a mais que manjada
vou pra não mais voltar.

porque qualquer pingo de chuva
que cai e embaça os óculos escuros que não tiro
qualquer lágrima salgada ou doce
que escorre inchando o meu nariz agora sem piercing
nada mais é do que o eco dos medos
que sem querer
mesmo cercados de alegrias várias
vão virando um mato alto e verde
e sem querer
eu rego e podo
mas sem matar.

um dia acaba o ar
de tanto que o ar me sufoca
e eu
a de sempre
a mais que irrelevante
atravesso o portal pra terra do nunca.