sexta-feira, 23 de setembro de 2005

relax mode [on] | pre-birthday #.05

Faltando menos de uma semana para as fatídicas 27 primaveras se completarem...

Sim, eu aprendo, demoro mas aprendo, principalmente apreendo, me deixo atravessar e por isso acabo sendo intensa, o que pode ser lindo, mas às vezes tende ao catastrófico.

Esta semana me rendeu bons e velhos aprendizados... velhos sim, aqueles que nunca se deve apagar do caderninho de “importante”, da lista de “rever”, “atenção” ou seja lá qual for a terminologia que te faça olhar de verdade aquela anotação.

“eu ando pelo mundo prestando atenção em coisas que não sei o nome”

Não eu não sei o nome dessa anotação, talvez seja um asterisco, uma crase, um circulo em volta de uma data desimportante, já que não é a tipografia do escrito que vai me dizer o que é pra ser feito, mas sim a minha lembrança de uma semana que quase não passou.

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

long september | pre-birthday #.04

Todos os anos eu fico feliz em setembro, com a desculpa de que é o mês do início da primavera, etc e tal. A verdade é que sempre gostei de setembro pq é o mês do meu aniversário e faço wishlists (vou sim publicar uma aqui, mesmo sem saber pra que) e junto os amigos pra comer bolo blá blá blá. Mas todo ano meus setembros, apesar das minhas insistentes tentativas de faze-lo um pré-aniversário feliz, são longos e repletos de surpresinhas amargas. Pensando sobre isso agora, o inferno astral seria uma maneira de compensar a suposta felicidade extra que vc tem no dia do teu aniversário? Se fosse assim este ano o mês nem deveria estar sendo tão cruel comigo como está, já que não há previsão, expectativa, nem grana pra nada de especial no danado do dia 28, que eu tanto adoro (e continuo adorando mesmo com todos os poréns) e como dizem, eu saio por aí espalhando aos quatro cantos a importância desta data. Mas é o mês em que faço aniversário não é? Talvez por isso ele venha recheado de coisinhas que me fazem aprender alguma lição, tentando olhar por um ângulo otimista da coisa, apesar de não ser o meu forte.

Pois bem, com ou sem chuva, com ou sem vento, com ou sem comemoração, com ou sem aprendizadinhos pseudo bons para mim, eu levanto um brinde ao mês mais perfumado do ano e um brinde ao dia 28 (o único número que é a soma dos seus divisores – cultura inútil para favorecer a data) e peço três vivas para os 27 setembros que já vivi e que pelo jeito ainda não me fizeram aprender muita coisa útil.

Muito grata.

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

o espaço | pre-birthday #.03

O meu tamanho é uma medida engraçada.

As vezes sou grande demais, as vezes pequena demais, mas nunca sou do tamanho certo. Minha medida as vezes sobra em atenção e falta em lucidez. Sobra em emoção e falta em raciocínio. Sobra ressentimento e falta visão de futuro. Sobra opinião e falta atitude. Sobra tempo e falta espaço. Sobra medo e falta fé. Sobra querer e falta fazer. E nessa dança de juizo de valores de mim mesma, eu sempre sou demais e de menos. Nunca ando pelo caminho do meio e por isso nunca vou ser capaz de andar no caminho de ninguém além de única e exclusivamente o meu caminho, mesmo sem saber se pra ele eu sou gigante ou anã.

O que sei é que hoje, e eu ando apenas sabendo muito do hoje, o meu caminho sou eu, pequeniniiiinha, escondida entre as frestas das janelas e os buracos das fechaduras para ser imperceptível e enooooorme um tanto que meu caminhar ideal é pela madrugada, para não assustar os cidadãos comuns que a esta hora, já estarão dormindo o sono dos justos e de tamanho coerente.

sábado, 17 de setembro de 2005

i wish | pre-birthday #.02

Aí alguém fica bravo e resolve me mandar delicadamente para a China...

E não é que eu iria?

Tomar chá, muito chá. Tomar agulhadas, muitas agulhadas.

Praticar Tai Chi nas praças cheias de velhinhos animados, visitar os templos, descobrir o segredo daqueles rostos de pele tão lisa e olhar tão sereno... Ser tocada por cegos, beber água da fonte, me medicar com chá verde, mas... ah não, cavalo marinho de novo não, obrigada! (uma vez na vida já deve ser suficiente não é mesmo?). Deixar meus pés serem massageados e principalmente andar de bicicleta com um cestinho na frente e um belo chapéu de abas.

Talvez os olhinhos fechados sejam o reflexo de que eles não precisam muito de ver para crer, nem de ter muito pra viver.

E hoje, era exatamente disto que eu precisava.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

no começo era o verbo | pre-birthday #.01

Quando eu era criança a minha avó me fez uma saia sem suspensório e sem elástico e a bendita não caiu. Criança não tem cintura, mas eu tinha e a minha avó e minha mãe estufam o peito pra contar que elas sempre souberam que eu ia virar um violão, já que a minha tia por parte de pai dizia que eu ia ficar gorda, afinal eu era uma daquelas crianças roliçudíssimas com covinhas nas bochechas, nos cotovelos e nos joelhos e tinha dobras, muitas dobras pelo corpo: uma balofinha. Mas uma balofinha fashion, sempre com um sapato de cor diferente, uma fita no cabelo, pulseiras ou algo que dizia “essa daí tem mãe caprichosa”. E ela era mesmo... tanto que não deixava de colocar laços no meu cabelo nem quando eu era uma recém nascida bolinha careca, colava os tais com sabonete, um luxo ter lacinhos na cabeça mesmo sem ter cabelos, não acham? Mas minha infância não foi só glamour, sou temporão de três irmãos homens, portanto não gostava de vestir camisa, meu traje predileto pra andar de bicicleta, brincar de pique, queimada e inúmeras outras brincadeiras de rua era saia e colar; isso mesmo: uma saia e um colar no pescoço, nada de chinelos ou camisetas, pra que se meus irmãos não usavam? Ainda assim era um traje super feminino...

Este mês acrescento uma primavera às algumas que já carrego comigo. Inferno astral é pra isso neh? Retrospectiva e projeto de futuro. A hora das lembraças é sempre divertida, principalmente se tiver minha avó e seus milhões de decibéis pra delatar os acontecimentos...

Do futuro eu falo outra hora, afinal ainda tenho muitos dias até o fatídico dia 28.

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

querendo voltar no tempo

Olhando pra luz do monitor me vem aquela pergunta: por que raios faço coisas que sei que são equivocadas?

Hoje é um dia chuvoso de setembro e ele poderia ser muito pior, poderia ser um triste dia chuvoso de setembro. Não digo que não amanheceu triste, amanheceu.

É triste quando se tem medo de ter quebrado aquele cristal de murano que caiu no teu colo quando você ainda chorava por ter perdido um anel de vidro.

É triste quando se vê que ele não quebrou, mas você ainda tem medo de te-lo rachado com seus berros de criança mimada que quer descobrir o que tem por trás do véu.

Oh cristal de murano, me deixa soprar pra parar de arder?

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

gosto

Aí eu respirei fundo e saí andando pelo sereno quente do meu futuro bairro e foi ali que me veio a clareza que eu posso fazer melhor do que estou fazendo, posso sim. Eu posso me despir dessa capa de autopiedade judaico-cristã que não me leva a lugar algum e olhar bem de frente o que é preciso ser feito, que é pra não ter dúvida nem medo do que está por vir.

Abri o peito e o sorriso de quem já está mais feliz desde então.

Eu tenho a melhor companhia que se pode querer em horas de muitos sonhos.

Das coisas que ficam, não tenho dúvida, ele é a melhor de todas.