sexta-feira, 29 de julho de 2005

Ciclo Vicioso

Ando cheia de medo
Porque acredito na destruição
E por isso
Viro um instrumento dela
Ela me move
E me faz morrer todo dia
Eu tenho medo
Tenho medo de mim.

terça-feira, 26 de julho de 2005

odeio errar

quinta-feira, 21 de julho de 2005

Mau™ diz:
ah.. normal! você é uma ACHONA! Rs

.ni. ® diz:
Uhuhuhuhuh

.ni. ® diz:
é mesmo

.ni. ® diz:
Achuda

.ni. ® diz:
Achenta

.ni. ® diz:
Achonilda

.ni. ® diz:
Achivística

Mau™ diz:
Achosa

.ni. ® diz:
Achada

Mau™ diz:
é! EU achei

Mau™ diz:
tava assim perdida na rua

.ni. ® diz:
Isso

.ni. ® diz:
Assim

.ni. ® diz:
Cabisbaixa

.ni. ® diz:
com cara de cabeça que caiu da mudança

Mau™ diz:
Ée

Mau™ diz:
assim mesmo

.ni. ® diz:
Ihihihihi

Mau™ diz:
aí eu levei pra casa e perguntei assim: "Mãe! olha o que eu achei na rua... posso ficar com ela!?!"

terça-feira, 19 de julho de 2005

| rito de passagem |

Eu devo ter sido uma criança-porquê. Aquelas que não deixam sequer a frase terminar pra saber o significado das coisas... E se eu sou uma criatura chata, devia ser uma criança ainda pior... Eu tenho sede de quem amo, sem saber que água demais afoga... Eu empino os meus porquês até hoje, sem perceber que já não sou mais criança... Os meus porquês não são mais bonitinhos, não são mais “deixa ela”, não são mais descoberta saudável... Eles incomodam, eles me incomodam fazendo quem amo se sentir desrespeitado... A vida não precisa ser explicada e eu fico querendo explicações... E sei olhar nos olhos, sei ler o corpo, sei perceber os fatos e mesmo assim o medo me empurra a voltar aos cinco anos e dizer, “me explica?”.
Eu devo desculpas a todos que um dia ouviram essa fatídica pergunta de mim e devo desculpas principalmente a mim por ter me boicotado durante todos os anos dos quais consigo me lembrar.
Um dia de cada vez...

sexta-feira, 15 de julho de 2005

|herança|

Ontem à noite meu álbum de formatura estava sobre a mesa da sala, ele me chamou, mas eu não tinha tempo hábil pra abri-lo. É eu ando sem tempo, eu tenho dois ofícios e não deixo nenhum deles... Mas sabe, hoje quando acordei pra trabalhar (novamente) ele ainda estava lá... e ele olhou pra mim como que dizendo: “vem, eu to com saudade do teu toque e tenho umas coisinhas pra te dizer.” E eu fui hipnotizada como mariposa para a luz.
Sentei no sofá como se não tivesse horário e voltei no tempo, tantos sentimentos misturados, os que tenho agora com os que tinha na época, que nem é tão remota assim... Eu olhei para mim, para minha família e claro, reparei na minha pele, meu cabelo, minhas unhas... Mas alguma coisa naquelas imagens me dizia mais... E então olhei para os meus olhos, para o meu sorriso e eu estava feliz, apesar de assustada. Eu estava diferente, apesar de igual. Estava corajosa, apesar de relutante. Estava verdadeira, apesar de escondida.
E hoje, olhando para aquele passado recente, eu quis arrancar algumas páginas [como posso fazer isso? Levo em algum lugar que faça álbuns blábláblá]... Meu sorriso e principalmente meus olhos são diferentes dependendo da companhia em cada foto (e deve ser por isso que sou louca por fotos, elas me dizem muita coisa). A minha participação na formatura foi intensa, cantei, fiz discurso, ajudei a elaborar quase tudo... Sim, eu sou intensa; uma intensajunkie sempre em busca do zen... Mas estou desviando do assunto, como faço na terapia quando se trata de algo difícil de lembrar ou falar...
Eu dizia que quis arrancar algumas páginas do meu álbum de formatura... Não, eu não as tirei por mim mesma, tenho elevado apreço (ou seria apego?) ao álbum para fazer isso... mas eu cheguei a procurar parafusos e buracos para saber se não era tão trabalhoso quanto imaginava... E continuei me olhando, olhando os outros, catando cada pedaço de lembrança esfarrapada que aparecia na minha cabecinha de borboleta. As páginas foram passando e eu descobri naqueles poucos minutos que não é tão fácil assim arrancar lembranças... Elas estão enlaçadas com outras das quais não quero me desfazer.
Quero me desfazer da existência daquele cara amargo, mas não da irmã dele que acabou sendo minha irmã e que eu amo tanto e que está junto conosco na foto... Quero esquecer daquela felicidade ao lado de um falso amor, mas não do orgulho de ter meus melhores e mais fiéis amigos ao lado na mesma imagem... Quero apagar da lembrança o olhar apaixonado do menino, mas não os olhos com orgulho de mim da mama... Tantas escolhas, idas e vindas, decisões, felicidade e tristeza passaram por mim em menos de dez minutos... e então eu me lembrei docemente (e com um sorrisinho de quem ama quase tudo que ele diz) das palavras no namorado, dizendo que não há como tirar as pessoas da nossa vida [infelizmente?] e que eu não pedisse que ele fizesse isso... Hoje [não sei por quanto tempo] eu entendi isso...

quarta-feira, 6 de julho de 2005

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Em dias como o de hoje
se eu pudesse,
ficava trancada no meu quarto
escondida entre o cobertor e os travesseiros
telefones desligados
o blackout bem grudado nas paredes
os olhos bem cerrados
só fingindo que estou morta...
se é que ainda não estou.

terça-feira, 5 de julho de 2005

| ele |

Hoje é dia de medo.
É dia de olhar pro lado e não ter certeza se o terreno é firme, se você é firme o suficiente para enfrentar uma possível areia movediça;
se o nó que mora na garganta vai te deixar respirar o suficiente até o final.
Dia de fantasmas nada camaradas uivando na janela do quarto.
Dia de matar um leão por hora, os leões que moram na imaginação da criança, a criança que mora dentro de você, que um dia ficou presa num quarto escuro e nunca mais conseguiu acreditar na claridade, mesmo quando todo mundo diz que ela existe.
Hoje é dia de fungar, de mastigar chicle de mágoas, e não engolir, não engolir, nunca engolir...
Dia de pensar naquela pessoa que te incomoda, de saber que ela existe, ela existe, elaS existem sim! Não as mate em teus pensamentos, nem vire as costas, elas precisam ser encaradas profundamente, junto com tua dor, tua raiva, teu ressentimento, teus medos, tuas dúvidas, angústias, teu passado, teu futuro...
Hoje é dia de medo.
Porque é preciso muita coragem para sentir medo.

segunda-feira, 4 de julho de 2005

| objetiva |

E hoje eu falaria sobre as escolhas...
Falaria sobre meu final de semana e faria um paralelo entre a qualidade dele e as minhas escolhas (ou as escolhas que eu acho que são minhas), diria que falei mais do que devia, me sensibilizei mais do que queria, reclamei mais do que faria, reagi como não gostaria...
E terminaria o post com a frase:
Será que é mesmo uma questão de escolha?!?
Só que eu não faria isso tão bem quanto a Sammy fez...