terça-feira, 19 de julho de 2005

| rito de passagem |

Eu devo ter sido uma criança-porquê. Aquelas que não deixam sequer a frase terminar pra saber o significado das coisas... E se eu sou uma criatura chata, devia ser uma criança ainda pior... Eu tenho sede de quem amo, sem saber que água demais afoga... Eu empino os meus porquês até hoje, sem perceber que já não sou mais criança... Os meus porquês não são mais bonitinhos, não são mais “deixa ela”, não são mais descoberta saudável... Eles incomodam, eles me incomodam fazendo quem amo se sentir desrespeitado... A vida não precisa ser explicada e eu fico querendo explicações... E sei olhar nos olhos, sei ler o corpo, sei perceber os fatos e mesmo assim o medo me empurra a voltar aos cinco anos e dizer, “me explica?”.
Eu devo desculpas a todos que um dia ouviram essa fatídica pergunta de mim e devo desculpas principalmente a mim por ter me boicotado durante todos os anos dos quais consigo me lembrar.
Um dia de cada vez...