segunda-feira, 21 de março de 2005

| secret stupid post |

| falta | subst. fem. 1. Ato ou efeito de faltar. 2. Privação. 3. Ausência (2). 4. Culpa. 5. Erro (4). 6. Esport. Transgressão das regras de um jogo ou esporte.

.sendo assim.:.

."ainda faz falta" =

1. ainda faz o efeito de faltar?

2. ainda traz privação?
3. ainda está ausente?
4. ainda é culpado?
5. ainda comete erros?
6. ainda transgride as regras do jogo?

terça-feira, 15 de março de 2005

Once Upon a Time...

Essa é a história de uma menina que aprendeu apanhando.|

Seus pais nunca encostaram um dedo sequer nela, mas tomaram atitudes que conseguiram ser de muito mais violência: mentiram, fingiram, esconderam, enganaram.
Então desde cedo esse pequeno ser aprendeu que ninguém é confiável. Mesmo a pessoa mais querida é capaz de te prometer algo e nunca, nunca cumprir.
Então essa menina passou a não mais acreditar quando sua mãe dizia que ela era inteligente, ou quando seu pai jurava que ela estava linda, nem quando o mago dizia que era possível ver através do tempo, ou mesmo quando um coleguinha da escola contava uma história mirabolante – e de dar inveja – que havia acontecido no verão.
E assim a menina cresceu duvidando até de si própria.
Duvidando do espelho que mostrava que ela não estava tão gorda quanto pensava estar – "pode ser daqueles espelhos de efeito."
E agora? Quem poderá defende-la?
Ela até teria chance de se tornar alguém mais confiante se não tivesse encontrado pela frente um grande "primeiro amor" que além de frio, era céptico. Então ele também não acreditava no que lhe diziam e não acreditou quando ela lhe disse que estava morrendo. Não estava, mas acreditava que estava, e era uma das poucas certezas que a pequena tinha todos os dias, provavelmente a única.
Ele apelidou de "chilique" algo que não era tão simples assim.
E o grande "amor" morreu junto com a adolescência dela.|

Mais um Round: medo.
Ela andava sozinha, pq mesmo cercada de amigos eles não sabiam o que ia no mais íntimo de sua alma: ela estava morrendo. Ela morria todo dia várias vezes e isso só piorava. Morria de alergia, morria de tristeza, morria engasgada, morria por morrer mesmo. Estava sempre morrendo. E morrer dá uma canseira! Então era apenas um personagem fantasma que jamais foi realmente feliz ao lado daqueles pretensos amigos.
Mais uma tentativa. E a menina encontra um rebento. Sem saber bem o que fazer, ela resolve ficar com ele e ele é capaz por um tempo de faze-la acreditar que poderia voltar a creditar. Pobre menina, mais uma vez enganada pela esperança de não se enganar... A vida então ensina, batendo. E ela mais uma vez tomou umas da respeitada Sra. Vida.
O rebento abandona o barco mesmo antes dele afundar e mais tarde ela descobre que de perdedores sua vida já esteve lotada e até fica feliz por não ser responsável por mais aquela derrota.

Novo Round intermediário: perdas.
Se ela já tinha poucos em quem confiar, menos foram ficando. Barcos iam partindo no cais até que nada mais lhe restava além de chorar balançando um pequeno lenço branco.|

Foi aí que surgiu um cavaleiro.
Um cavaleiro com olhos de caramelo.
Mas a pequena estava com muitas lágrimas nos olhos e muitos calos de tantas mortes nas mãos para novamente acreditar que seria possível um final feliz.
(...)
Ela anda tentando afinal sumir com as marcas, anda querendo guardar os lenços e acreditar nos espelhos. Mas pode levar algum tempo.
E ela teme que o cavaleiro não possa esperar.

domingo, 13 de março de 2005

| alma de sol |

.pq já não dá mais para tentar maturidade.
.quando se trata de perde-lo.
.pq quando sobe a maré.
.diminui a extensão de areia.
.e eu fico aqui.
.com medo de ser engolida.
.por sereias que resolvem voltar pra rever suas praias.
.pq quando uma nuvem se aproxima.
.e eu ainda pretendo me abastecer de luz do sol.
.meu coração se aperta.
.eu fico pesarosa.
.eu queria meu raio de sol pra sempre.
.eu queria o caramelo dos seus olhos.
.uma maré mansa.
.uma brisa que não tráz ventos de Mares antes navegados.
.numa tarde de outono...

quinta-feira, 10 de março de 2005

| os ares |

.abro o bloco de notas. penso. elucubro idéias...
.lembro de post maravilhosos de amigos. futuco as cutículas.
.como seria motivo de orgulho pra mim se fosse capaz de escrever realmente bem!.
.e soubesse disso. como seria!. |
.o cheiro de tinta está forte, talvez embaralhando minhas idéias.
.ou mais provavelmente minhas idéias já sejam mesmo embaralhadas. como meu cabelo.
.ou mal feitas. como minhas unhas.
.ou talvez eu as tenha vergonha de mostrar como elas são. como eu mesma.
.com receio de que não sejam as mesmas idéias da mulher maravilha.
.como eu gostaria que fossem.

.penso mais um pouco... |
.o ventilador balança a cortina improvisada.
.eu poderia falar disso de maneira tão poética...
.não, vai ficar ruim.
.ah, eu poderia falar sobre os 90 dias, completados hoje. imagina...
.eu gastaria a tarde inteira e nem em dez mil palavras expressaria o que sinto.
.ah eu poderia escrever sobre o quanto gosto de cantar, ou dançar, ou...
.sei lá. tomar sorvete!!!
.não, não seria tão competente como...
.não seria tão bonito quanto...
.não seria tão espontâneo...
.não seria tão fluente...
.não seria tão coerente...
.raios!.
.existe algum remédio para extra-auto-crítica-aguda? |
.nem mesmo esse texto eu sei se devo publicar.
.mas eu vou tentando.
.até que um dia eu aprendo.

quarta-feira, 9 de março de 2005

| corro demais |

eu não levo desaforo pra casa
não, não levo.
eu não aceito culpa do que não fiz
não, não aceito.
eu não gosto de mim
não, não gosto
e também não finjo que gosto
não, não finjo

e isso só me torna
uma pessoa má.
talvez eu não esteja preparada
ou não seja suficientemente boa
pra ser tua.

segunda-feira, 7 de março de 2005

| my life and kids |

e tudo vem à tona
tudo se mostra
aquele imenso tudo querer entregar
tudo querer dividir
aquela nova coragem
vem comigo?

vem cá pra eu te contar uma coisa...
sssssshhhhhh
"cuta cuta
vovó deeeeeeteeeeeeeee..."

sexta-feira, 4 de março de 2005

na tentativa de mostrar o belo, o que apraz
jorram de mim os mais diversos sentimentos
diversos versos
crítica magoada
autopiedade desconstrutiva
abro o dicionário
google algo
pergunto ao oráculo maternal
nada é capaz de me dizer
ninguém é capaz de esclarecer
além de mim
que ando sem condições de esclarecer até a mais óbvia das histórias infantis.
será que algum dia eu me encontro?

quinta-feira, 3 de março de 2005

| sure |

.gata escaldada tem medo de água fria.