terça-feira, 3 de maio de 2005

| apnéia |

um dia acaba o ar
de tanto que o ar me falta
e eu
a de sempre
a mais que manjada
vou pra não mais voltar.

porque qualquer pingo de chuva
que cai e embaça os óculos escuros que não tiro
qualquer lágrima salgada ou doce
que escorre inchando o meu nariz agora sem piercing
nada mais é do que o eco dos medos
que sem querer
mesmo cercados de alegrias várias
vão virando um mato alto e verde
e sem querer
eu rego e podo
mas sem matar.

um dia acaba o ar
de tanto que o ar me sufoca
e eu
a de sempre
a mais que irrelevante
atravesso o portal pra terra do nunca.