quinta-feira, 6 de outubro de 2005

pare, olhe, escute

Talvez seja ridículo ter traumas, mas eu tenho.

Detesto as pessoas que amo longe de mim, pq tenho medo que elas nunca mais voltem. Talvez isso seja responsável pelo meu choro quando vejo uma despedida e quando me despeço.

Tantas pessoas foram e nunca mais voltaram que hoje isso me deixa doente, doente de verdade.

Elas foram mesmo tendo me prometido, me jurado, olhado nos meus olhos...

Talvez o meu choro fosse ainda maior hoje se eu tivesse lido as notícias da semana.

Eu sei, estou escrevendo frases soltas, mas talvez pq seja assim que esteja me sentindo, pausada. Tudo parado no ar, mas em movimento. Assim como quando acontece uma ventania e as folhas sobem, as saias sobem, alguns pingos de chuva já estão caindo, mas de repente tudo para como se alguém tivesse apertado pause no controle... e vc fica ali, aerado, sem saber bem o que pode acontecer... Mas tudo aquilo está em movimento, mesmo estando parado, pq eu estou em movimento.

Hoje eu olhei pra um bilhete de ônibus pregado num quadro de cortiça e me lembrei de umas palavras lidas com uma dedicatória no final e ouvi um som que diziar sim pro que eu gostaria que fosse não e então eu tive medo e tentei ser o mais natural possível mesmo sabendo que eu fui naturalmente discreta como um elefante e eu me senti mal por não acreditar que alguém pode algum dia não ir embora, mesmo eu duvidando disso!