quarta-feira, 27 de junho de 2007



Ontem assistindo propaganda na TV (não eu não tenho TV paga), vi a propaganda de um posto de combustível (quase irresistível falar posto de gasolina...) e o senhor dizia que na empresa dele ele prima pelo atendimento e é por isso que ele vai ao tal posto, cena entregando a chave para o frentista sorridente.

Aí mostra ele sentado no balcão comendo pão de queijo e tomando café enquanto o frentista tomava conta do carrão dele, abastecendo, lavando e tal.

Eu já abasteci no tal posto (é uma rede de postos), o atendimento é realmente ótimo, diferenciado.

Mas o tal moço estava tomando seu cafézinho bem brasileiro num copinho descartável.
Tá louco, eu tenho verdadeiro HORROR de cafézinho em copinho descartável e se não existir uma xicrinha lindinha bem pertinho de mim para o tal cafezinho, eu fico sem!

E foi essa minha incrível chatice que me fez perceber esse detalhe infeliz da propaganda, assim como um louco por chaveiros pode ter reparado em algo milimétricamente feio no momento em que ele entregou a chave ao frentista ou um tarado por pão de queijo pode ter reparado pela textura apresentada que o que ele comia não estava quentinho (eu bem sei que alguns ficam borrachudos depois de frios); portanto a questão é:

Os detalhes, pois é neles que está o encanto, algumas vezes sequer conscientemente perceptível, mas de alguma maneira você percebe a diferença desse para aquele lugar e mesmo que você não seja um detalhista, o capricho fica no cheiro, nas luzes, no aconchego e sem saber exatamente porque, você acaba voltando ao local que um detalhista diria “impecável”.

Outro dia fui à padaria de costume, tomar o capuccino servido pela moça sorridente que já deve até saber meu nome e eles haviam trocado as porcelanas. Xícaras e pratos vieram diferentes, com aquele brilho de novas e pouco arranhadas. Tomei meu capuccino de sempre e ele estava mais saboroso, claro! Assim que ela veio recolhe-los comentei que tinha gostado da troca, ela riu e respondeu que sim, que “aqueles de antes já estavam bem usadinhos” dizendo isso com o rosto meio surpreso de “você foi a única que notou”.

Mas como? Será que poucas pessoas reparam no recipiente que leva para a mesa o seu precioso café? Incrível, pois como dizem os crédulos: Deus está nos detalhes!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

testando os comentários que tinham sumido...

terça-feira, 19 de junho de 2007

eu queria ser linda!

é sério.

e não estou aqui tentando arrancar de algum ou nenhum (im)provável leitor um elogio ou coisa parecida.

não, obrigada.

é que eu nunca me achei bonita de verdade.

eu nunca fui a menina dos meus sonhos.

nunca tive os cabelos negros brilhantes caindo nos ombros de pele clara,

nunca tive os olhos cor-de-mel com grandes cílios,

nunca o nariz arrebitado (que tanto ouvia cantar a canção do Sitio do Pica Pau Amarelo)

mas provavelmente se fosse assim do jeitinho que queria ter vindo, eu seria in-su-por-tá-vel!

é.

louvo de verdade as moças lindas (que pelo menos parecem) simpáticas,

porque deve mesmo ser difícil.

eu tive que me adaptar...

e me adaptei bem, modéstia às favas!

insuportabilidade é uma característica bem intrínseca em mim,

uma pena eu não ser linda,

ai como seria bom!

seria incrível!

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Eu não gosto nem um pouco do barulho dos cortadores de grama que fazem meu gato se esconder embaixo da cama com os olhinhos arregalados de terror.

Eu não gosto quando usam a palavra “grega” para denominar detalhes horizontais nas paredes dos banheiros.

Eu não gosto de me olhar no espelho do provador iluminado por luz fluorescente saindo do lugar errado e mostrando as curvas erradas ao experimentar uma calça jeans.

Eu não gosto de não saber viver bem, sozinha e por mim mesma.

Eu não gosto de comer quando estou triste, comer é uma celebração à vida.

Eu não gosto de ter coisas não-terminadas, como meu quarto agora, apesar de sempre tê-las por perto.

Eu definitivamente não gosto que digam que sou algo que estou me esforçando tremendamente para não ser.

Eu definitivamente (novamente) não gosto de cobranças.

Não, eu não gosto de gente escovando os dentes e conversando ao mesmo tempo e por conta disso, engolindo pasta (argh!).

Eu não gosto de acordar com cara de tartaruga porque os olhos estão inchados de tanto chorar.

Eu não gosto de empolar o rosto porque sinto calor.

Eu não gosto de me sentir só, nem de ter dúvidas, por mais que elas me acompanhem diariamente – eu sou libriana.

Eu não gosto de suor nas axilas, nem de gente que quer parecer importante ou inteligente.

Eu não gosto de tantas coisas que poderia escrever até esfolar os dedos.

Doqueeugosto?doqueeugosto?doqueeugosto?doqueeugosto?